Do Cannes Lions ao Oscar, passando pela Creator Economy: como o branding e a criatividade brasileira estão moldando a economia global
Já parou para pensar que a criatividade brasileira não é apenas expressiva, mas também estruturante? Dados que revelam que 3,11% do PIB vem da economia criativa e que 83% dos brasileiros têm orgulho da própria cultura mostram como essa potência movimenta a economia, alimenta narrativas e sustenta marcas. O mundo consome nossa música, nossa moda, nossa estética — e agora, também a nossa estratégia.
A partir dessa reflexão, é importante ressaltar que a brasilidade não é um briefing de campanha, mas uma lente estratégica capaz de gerar diferenciação real. Marcas como Havaianas, Dengo e Granado não vendem apenas produtos — elas constroem sentido a partir de quem são e de onde vêm.
Neste artigo, propomos reflexões sobre como organizações que se ancoram em seu propósito, captam o contexto cultural e transformam o branding em um ativo estratégico vêm conquistando relevância pelo mundo. E mais: vamos explorar como essa diferenciação se transforma em vantagem competitiva, destacando as organizações brasileiras e ampliando suas conexões com o público globalmente.
Vamos juntos?
Brasil Criativo: uma potência além da economia

Imagem: Divulgação Cannes Lions
As organizações têm um papel fundamental no mundo não somente para a economia, mas para o fortalecimento das culturas e da mobilização social. Quando uma organização tem clareza sobre o seu papel no mundo e define o seu propósito, ela é capaz de construir ecossistemas e assim contribuir e compartilhar impactos positivos. E é aí que trazemos o branding como o centro da gestão: a disciplina que vai alinhar tudo o que ela É, FAZ e FALA. Quando a sua criatividade e o seu talento estão à disposição do mundo de maneira genuína e estratégica, é que a sua potência pode ser, de fato, impulsionada.
No mês de março de 2025, celebramos um marco que aponta que as organizações brasileiras estão caminhando para essa evolução: o Brasil recebeu o primeiro prêmio de ‘País Criativo do Ano’ no Festival Cannes Lions 2025. O reconhecimento internacional não só destaca nosso país como um hub criativo potente, mas como a nossa riqueza cultural molda percepções, comportamentos, narrativas e segue inspirando novas abordagens no mercado publicitário.
A economia criativa brasileira continua crescendo. Segundo dados da WARC, estima-se que o investimento publicitário brasileiro cresça 7,9% em 2025, atingindo R$ 92,5 bilhões. O país também lançou o “Brasil Criativo”, um conjunto de diretrizes para a Política Nacional de Economia Criativa, por meio da qual o Ministério da Cultura busca solidificar a economia criativa como motor estratégico para o avanço social, econômico e cultural do país. (Fonte: B9)

Imagem: Agência Brasil
Esses marcos que temos presenciado reforçam nossa capacidade de criar, recriar e inovar constantemente para ir além da simples cadeia de produtos-consumidores. Eles evidenciam nossa habilidade de criar experiências memoráveis, narrativas que encantam e comunidades engajadas, atuando em prol de uma abordagem voltada para a visão de ecossistema. Esse sentimento de pertencimento, o orgulho brasileiro e o espírito de colaboração revelam uma potência em nosso DNA que ainda pode – e merece – ser impulsionada.
É nesse cenário que organizações brasileiras ganham o mundo: apropriando-se do seu DNA local, mas evoluindo com o contexto global. E poucas traduzem tão bem esse movimento de diferenciação e impacto no mundo quanto a Havaianas. Vamos explorar como esse ícone constrói um branding icônico?
Havaianas: o ícone brasileiro com um novo posicionamento global

Imagem: Case anacouto para Havaianas, janeiro 2025
Havaianas é mais do que uma marca — é um ícone global com alma brasileira. Uma das mais amadas pelos brasileiros, que cresceu com propagandas icônicas e frases inesquecíveis como “todo mundo usa”, agora está se consolidando no mercado global. Mas como preservar sua essência tropical e irreverente ao disputar espaço com grandes nomes do universo fashion?
A resposta está no branding estratégico. No recente case realizado pelo nosso time de criação, tivemos como ponto de partida uma pergunta simples, mas poderosa: qual a “fashion vision” de Havaianas? Com objetivo de consolidar a marca com um posicionamento mais premium fora do Brasil, a nova estratégia não abandona sua origem — pelo contrário: valoriza a brasilidade como diferencial competitivo. O desafio era desenvolver um sistema visual e flexível, mas que reforça a sua assinatura brasileira sofisticada. Como disse Maria Fernanda Albuquerque, VP Global de Marketing da Havaianas:
“Para muitos, a brasilidade é um posicionamento. Para a Havaianas, é a personalidade. Não é apenas sobre o que somos, mas sobre como nos expressamos.”
Branding estratégico: a criação de um sistema visual flexível e autêntico
A estratégia de branding da Havaianas se sustenta em seu propósito de “levar a alegria de viver do brasileiro”. No coração desse reposicionamento está a Ginga Brasileira, uma nova perspectiva de moda que traduz a essência da marca para o cenário global. Essa visão se materializa em um sistema de identidade que equilibra cores vibrantes, leveza e atitude, criando um universo visual e verbal que transmite a espontaneidade e o calor do Brasil.
“O desafio era capturar a visão proprietária de moda da Havaianas, preservando sua originalidade. A ‘Ginga Brasileira’ nasceu desse movimento – um equilíbrio entre o calor tropical das cores, a fluidez das formas e a alma brasileira, criando um universo visual pulsante e inconfundível da Havaianas”, explica Danilo Cid, sócio VP de Criação da anacouto.
A assinatura da marca foi refinada para unir descontração e tropicalidade com o nível de acabamento exigido pelo mercado premium. O resultado é um posicionamento que consolida Havaianas como um lifestyle desejado globalmente.
Clique aqui e confira o case completo.
SXSW 2025 e a Creator Economy: a expansão do mercado de influência

Imagem: Texas Standard
A criatividade brasileira que conquista o mundo pelas passarelas também pulsa nos algoritmos da internet. E não apenas por meio de grandes marcas, mas também de criadores que estão transformando seus talentos em negócios e influência. No SXSW 2025, ficou claro que a Creator Economy atingiu um novo estágio de maturidade. Os criadores deixaram de ser “influenciadores” para se tornarem marcas próprias. Mentorias, produtos digitais, equity deals e comunidades pagas: as fontes de receita se multiplicam — e a exigência por estratégia, também.
O investimento publicitário segue essa curva: 86% das empresas nos EUA já usam marketing de influência. Pela primeira vez, os gastos com anúncios em vídeo social devem ultrapassar os da TV linear. Pesquisa do Goldman Sachs revela que o mercado de influência deve movimentar US$ 500 bilhões no mundo até 2027, com um crescimento anual de 10% a 20% no número de criadores de conteúdo. No Brasil, líder mundial em influenciadores no Instagram, há mais de 10,5 milhões de criadores com pelo menos mil seguidores, e 500 mil perfis com mais de 10 mil fãs quando consideradas outras plataformas.
Tendências da Creator Economy em 2025
O festival mostrou que nesse novo ciclo, três tendências ganham força:
- IA como copiloto criativo – automação inteligente que libera mais tempo para a ideia.
- Diversificação de receita – creators viram empreendedores.
- Comunidades sólidas – a profundidade da relação vale mais que o alcance numérico.
Mais do que acompanhar esse movimento, marcas precisam aprender com ele. Como criar presença contínua, conteúdo real e comunidade verdadeira? Como agir menos como corporações e mais como criadores? A Creator Economy é sobre proximidade, consistência e confiança — três ingredientes que também constroem um branding icônico.
Design como motor de valor: Brasil premiado no iF DESIGN AWARD 2025

Imagem: iF DESIGN AWARD 2025
Em fevereiro de 2025, nossa CEO, Ana Couto, participou como jurada do prestigiado iF DESIGN AWARD, uma das maiores premiações de design do mundo, com mais de 11 mil inscrições de mais de 100 países. Além da presença brasileira ter sido marcada pela participação de cinco jurados brasileiros (Ana Couto, Fernanda Marques, Bruno Porto, Guto Requena, Patrick Speck e Juliana Buso, Relações Internacionais do Centro Brasil Design), a criatividade do Brasil se fez presente entre os premiados, reforçando que o branding estratégico transforma criatividade em valor duradouro. Como agência que nasceu do design e hoje atua em toda a jornada de branding, celebramos com entusiasmo os resultados ao lado de marcas que acreditam no poder do design, como Brastemp, Stam e Happy Eggs.
“Participar, pela segunda vez, foi uma experiência enriquecedora, avaliando os melhores projetos e explorando as tendências que estão moldando o futuro do design”, comenta Ana, ao lado de 131 especialistas de 23 países.
Esses cases premiados mostram como o design vai além da estética e se torna uma ferramenta estratégica para fortalecer propósitos, ampliar posicionamentos e impulsionar negócios. Quando o Brasil aposta na criatividade com consistência e intenção, ele não apenas é reconhecido — ele lidera.
Confira os cases anacouto premiados.
O Brasil sabe que pode mais — e a anacouto acelera esse movimento!
Seja em Cannes, no SXSW, nas premiações de design ou nos feeds das plataformas digitais, o Brasil mostra sua potência criativa ao mundo. Uma potência que não se esgota na estética, mas que se conecta com propósito, cultura e inovação. É esse propósito que move o ecossistema anacouto há mais de 30 anos: impulsionar o valor de pessoas e organizações. Ao lado da LAJE, nossa plataforma de conteúdo e aprendizagem, já impactamos milhares de profissionais e empresas que compartilham da mesma ambição — gerar valor através do conhecimento, da troca e da prática.
E você, vai acelerar essa (r)evolução do branding no Brasil com a gente? Se quer ficar por dentro das principais novidades do maior ecossistema de branding do Brasil e fazer parte desse movimento, não deixe de acompanhar nossos canais:
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Escrito por: Bianca Barboni, Anna Montenegro, Beatriz Piunti, Paula Cardoso.
Não pare por aqui: Quer saber mais sobre o poder do branding de uma organização brasileira como a Natura? Leia nosso último artigo Branding e poder feminino: os ingredientes de sucesso da comunicação da Natura