Festival de Parintins: marcas icônicas transformam a rivalidade em valor

O ano de 2024 marca a realização da 57ª edição do Festival de Parintins, no Amazonas, uma das maiores celebrações culturais e de brasilidade do país. Destacando-se pelo duelo entre os bois-bumbás Garantido e Caprichoso. E, como sempre, uma festa repleta de cores, danças, música e tradições folclóricas da Amazônia. 

O espetáculo também reverbera ativações de marketing das empresas que embarcam nessa onda (de valor) da festividade. Toda a sua simbologia, em torno da rivalidade entre os símbolos tradicionais gera oportunidades para as marcas embarcarem nesse combate, com produtos exclusivos – vendidos apenas na região e durante o festival – além de adaptarem-se ao contexto histórico da ocasião. Abrindo mão de pilares estéticos da identidade para abraçar a cultura local. 

Coca-Cola, Brahma e Bradesco azuis?  

As marcas citadas acima são referências em seus segmentos, com pilares sólidos em seus brandbooks. Mas o que fez essas empresas aderirem as cores de rivais para festejar em Parintins? Pois bem, falaremos então da brasilidade envolvida no movimento. 

No imaginário coletivo, todas elas são caracterizadas pelo vermelho forte e impactante, mas no festejo, vermelho contempla apenas um grupo. A audácia em lançarem garrafas, outdoors e produtos estilizados com cores fora do guide demonstra o tamanho da rivalidade. Mas também, o refino ao ativarem dentro do espaço. Indo mais além, é comtemplar todo o misticismo envolvido. 

Considerado atualmente patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Festival de Parintins está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, manifestação popular que gira em torno de uma lenda sobre a ressurreição do boi. Se iniciou como brincadeira de rua e se desenvolveu para tomar as proporções atuais. 

Mais uma das grandes histórias que preenchem a diversidade cultural do brasileiro. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, nossas raízes semeiam o que há de mais rico por aqui. 

Boi Caprichoso, à esquerda, e boi Garantido, à direita (Fotos: Reprodução/Internet)

Compreendendo o grau de relevância do festival, marcas icônicas se adaptam para serem notáveis, com o objetivo de serem abraçadas pela rivalidade. E isso tudo responde uma das perguntas que pairam em nosso método de Criação: Afinal, criar para que? 

Nós te dizemos:  

PARA SE DESTACAR E CRIAR VALOR NUM CONTEXTO VOLÁTIL E COMPLEXO 

Estima-se que o festival acarretou cerca de até R$ 20 milhões em patrocínio, contando com a presença de gigantes do mercado, que desejam transmitir suas ideias e valores através da representação do estado e sua diversidade em seus produtos e serviços. Por isso, o diferente se destaca aqui, fugindo de todos os clichês, o festival é tão relevante que merece o cuidado em como FAZ

Ao longo de todo o espetáculo, são exaltados os elementos da natureza e à intensa conexão entre os indígenas e o meio ambiente. As alegorias reúnem muitas representações de animais selvagens: águias, corujas, lagartos, onças, etc. Em meio a eles, a encenação conta com diversos dançarinos pintados e trajados com adereços inspirados na cultura indígena. Os bois Garantido e Caprichoso também ressignificam símbolos culturais da Amazônia, incorporando elementos tradicionais em suas apresentações.  

“Todos esses elementos podem dialogar com contextos diferentes, mas são elementos de propriedade.”Danilo Cid, Sócio VP de de Criação da anacouto 

O Festival de Parintins não é apenas uma celebração da cultura e tradição amazônica; é uma plataforma poderosa para marcas que desejam se destacar e criar valor em um contexto rico e diverso (assim como no carnaval). A adesão de marcas icônicas ao festival é um testemunho da importância de abraçar a brasilidade e se conectar profundamente com o público. 

As campanhas de marketing que emergem do Festival de Parintins são um exemplo brilhante de como a cultura local pode ser incorporada de forma autêntica nas estratégias de marca. Essas campanhas não só geram reconhecimento e relevância, mas também mostram a flexibilidade e a inovação das marcas ao se adaptarem a novos contextos culturais. 

Para as marcas, o festival oferece uma oportunidade única de fugir do convencional e explorar novas formas de comunicação e engajamento. Ao ressignificar símbolos culturais e adaptar suas identidades visuais, essas empresas não apenas capturam a atenção do público, mas também demonstram respeito e valorização pela cultura local. 

Parintins é mais do que um festival – é uma celebração da brasilidade, e as marcas que abraçam essa alma têm a oportunidade de brilhar de maneira incomparável. 

Escrito por: Pedro Silva/Paula Cardoso

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