O futuro da educação e os percursos do mercado financeiro

Fernando Chacon, nosso convidado para conversa desta semana sobre construção de valor, une dois tópicos de muito interesse nesse ponto de virada da humanidade

O setor de investimentos e os caminhos da aprendizagem estão no centro das preocupações coletivas do momento que estamos atravessando enquanto humanidade. Para continuarmos refletindo sobre construção de valor, Ana Couto conversou com Fernando Chacon, que atuou pelo Itaú por muitos anos e hoje se dedica à Tech4Kids, em uma plataforma digital focada em trazer o pensamento digital para crianças de escola pública desde os primórdios de sua formação.

Passamos por pontos interessantes sobre consistência das Marcas, as perspectivas do contexto brasileiro e sobre quais são as mudanças que vieram para ficar. Aqui estão alguns deles:

1) Marcas icônicas, propósito e consistência

Valor se constrói com disciplina e consistência. Afinal,Marcas não se tornam icônicas – aquelas que são referência para todo o mercado – da noite para o dia. O percurso até lá apresenta grandes desafios, especialmente no cenário digital, com tanta exposição e quando são inúmeras as narrativas produzidas. É preciso ter clareza do Propósito e coerência de comportamentos. Autenticidade e transparência nunca foram tão determinantes.

Chacon citou como exemplo de Marcas brasileiras com percursos consistentes o Itaú, O Boticário, Natura e Porto Seguro. Para ele, essas características têm que se refletir nas atitudes e valores da organização, como pilares da Marca e comportamentos dos executivos. Ao comparar o momento de profunda reflexão com as resoluções que costumamos fazer na virada de ano, Fernando disse que este é um momento em que as organizações precisam ouvir, entender e atuar na resolução dos problemas detectados. Se iremos manter as mudanças de comportamento, isso só o tempo dirá.

2) O crescimento exponencial e a questão da sustentabilidade

Estamos nos dando conta de que não é mais possível “crescer a qualquer custo”. Os impactos sociais, ambientais e culturais devem ser parte da equação em tudo que fazemos. Para Chacon, o tema do ESG (que mede sustentabilidade e impacto social dos investimentos de uma empresa ou negócio) e o alinhamento com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU já não são possíveis de se ignorar.

Tanto para startups no setor financeiro, quanto para o mercado de investimentos brasileiro, mais conservador, o objetivo ainda é o crescimento exponencial e a busca para conquistar cabeça, coração e bolso dos brasileiros.

Mas, também teremos grande mudanças. Precisamos de uma nova economia que construa valor para o planeta. Existe um falso dilema entre as perspectivas de sustentabilidade e crescimento. Como apontou nosso convidado, este é o momento de reavaliar o modelo capitalista de busca pelo crescimento constante que não é necessariamente sustentável. Ainda não sabemos o que vai acontecer, mas certamente precisaremos nos debruçar sobre essa questão.

3) Educação, adaptabilidade e novas formas de trabalho

Na educação, a tecnologia tem aberto espaço para experiências de aprendizagem relevantes, que preparam estudantes e professores para lidarem com as reais questões que vão conduzir os próximos passos da humanidade. Além disso, está evidente o abismo entre aqueles que têm e os que não têm acesso à tecnologia. Precisamos de soluções que diminuam este gap na educação brasileira e no sistema de educação como um todo, ainda preso a problemas do século 20.

Se entendemos que Marcas icônicas constroem valor, qual o papel delas em um contexto tão imprevisível e de tão pouca visibilidade? O mercado financeiro e o da educação, ambos vêm se transformando intensamente, acelerando mudanças que já vinham se encaminhando. Neste ponto de virada para a humanidade, como esses segmentos podem criar valor no mundo? Qual a educação que formará a próxima geração?

Este é o momento de nos fazermos perguntas, refletirmos e, acima de tudo, agirmos diferente. Que nossos negócios e a trajetória de nossas Marcas possam permanecer como legado positivo e impactante desse contexto desafiador.

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