O espaço para o novo emergir e a capacidade de evolução

Como foi a conversa TIP Insights entre Ana Couto e a diretora geral da Rappi, Ana Bogus

Em tempos turbulentos como os que estamos vivendo, não podemos correr o risco de agir na lógica do passado. As palavras do encontro desta semana são adaptação e aprendizado

As organizações são ecossistemas em constante evolução e lidar com as incertezas do futuro depende de estarmos abertos a fazer tudo diferente. Aqui estão os principais pontos da conversa:

A evolução contínua

Tendo vivenciado a transição do mercado tradicional de um mundo muito menos digital para o contexto das startups, Ana Bogus falou sobre como o sistema de venture capital rompeu com grandes nomes nas indústrias, desafiando o status quo das empresas que já estavam estabelecidas para dar espaço à contribuição das startups.

As empresas tradicionais nasceram focadas em produtos enquanto as startups surgem para resolver problemas. Hoje, esses mundos estão próximos como nunca estiveram e o mercado tradicional aprende a atuar em resposta às necessidades do usuário enquanto as startups buscam adquirir mais disciplina.

A relevância das organizações está cada vez mais em sua capacidade de rever processos e se adaptar na forma de encarar seus desafios. Além de repensar a oferta, é preciso, com frequência, reconsiderar as formas de trabalhar e aprender a fazer diferente em busca de constante evolução.

O pensamento da inovação

O mindset de inovação é o principal ponto de partida para transformar nossos negócios. A startup nasce digital, é assim “desde sempre”. Para responder com inovação, a mentalidade da experimentação, da mudança e da incerteza tem que fazer parte da cultura, de como as pessoas fazem as coisas na organização.

Diferentemente do que acontece com processos tradicionais, para fazer uma gestão ágil do negócio, não podemos depender de planejamentos estratégicos com prazos muito longos. Com o estabelecimento de OKRs (Objectives and Key Results) de no máximo 3 meses e pontos de contato diários, entendemos o que evoluiu de um dia para o outro, qual foi a barreira e o que podemos fazer para ajudar. A Rappi, como exemplo de ecossistema ágil e digital, é um super app que conecta entregadores, parceiros comerciais e usuários para pertencer à rotina inteira dos clientes.

As organizações evoluem quando constroem valor para o ecossistema e trabalham simultaneamente sua oferta (produto/serviço), estrutura (modelo de negócio/processos) e cultura (mentalidade/forma de fazer). Com exemplos de inovação em diferentes níveis, a Rappi tem colocado em prática diversas iniciativas em resposta ao contexto atual, como as entregas sem contato, para proteger motoristas, a parceria SOS Justiceiras, para contribuir com a assistência a mulheres que estão sofrendo violência doméstica e a inclusão do botão de doações à plataforma, em suporte aos impactos causados pela pandemia.

De empresas tradicionais e startups

Segundo Ana Bogus, a principal diferença de uma empresa tradicional para uma startup está na estrutura. Nas formas atuais de trabalho, ela contou sobre a flexibilização das hierarquias, com diversificação dos papéis para estruturação do trabalho em squads. Para que tudo isso funcione, é preciso ter muito alinhamento, disciplina e engajamento.

Ana destacou adaptabilidade e resiliência como atitudes essenciais para as empresas incorporarem a melhor parte de cada modelo para evoluir. Segundo ela, no contexto de startup, muitos experimentos dão errado e não há tantas garantias quanto costumávamos ter nas empresas mais tradicionais. Por isso, é tão necessário criar formas de mitigar os riscos, ouvir com atenção o consumidor e adaptar-se rapidamente.  

Há uma nova geração de pessoas que se importa muito com o motivo por trás do que está fazendo, tanto na perspectiva do consumo quanto do trabalho. Por isso, o propósito guia o negócio no mundo e, também para dentro, é o que mantém as pessoas motivadas, mais orientadas a colaborar do que a competir ou disputar entre si.

Para muitas organizações, as habilidades de trabalhar de outras formas ainda estão começando a se desenvolver. É fundamental construir junto, ensinar, trocar e ajudar, especialmente agora que o momento de crise uniu tanto as empresas em busca de soluções e da construção de impacto positivo. 

Com tudo que tem sido acelerado e acentuado por essa pandemia, também o uso da tecnologia e o mundo digital devem servir com ainda mais força à humanidade. Estamos no percurso para uma sociedade mais conectada e mais humana, fiel a seu propósito e comprometida com a mudança para melhor.

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